De acordo com os números apresentados pelo Governo de Pedro Sánchez, a Espanha conta com 140 bilhões de fundos europeus para a recuperação econômica. A distribuição desse dinheiro, conforme regulamentado em decreto aprovado pelo Congresso dos Deputados, será decidida a critério da coalizão PSOE-Podemos.
O Governo de Isabel Díaz Ayuso desenhou as suas próprias Linhas Estratégicas de Recuperação e Resiliência para a arrecadação destes fundos. Segundo fontes da Presidência do Executivo Regional, os planos traçados por todos os ministérios somam um orçamento total de 22.371 milhões. Isto significa que Madrid vai transferir para o Governo de Sánchez a sua intenção de receber 15% do total dos fundos europeus que chegam a Espanha.
Estes projetos serão partilhados pelo Governo de Ayuso com os grupos parlamentares na Assembleia de Madrid para depois serem apresentados ao público. Ao todo, 214 investimentos são propostos pelo governo de Ayuso em um total de 28 reformas. A maior percentagem destes investimentos e reformas (41,2%) está prevista para ser alocada à coesão social e territorial, enquanto 31,7% são direcionados para políticas de transição ecológica e 27,2% para projetos de transformação digital, em linha com os objetivos definidos pela União Europeia. O governo regional insiste também que irá apostar claramente na colaboração público-privada para conseguir um efeito multiplicador extra no tecido econômico da região para concretizar este ambicioso programa de investimentos.
Tendo em conta a longa lista de desentendimentos mantidos no último ano entre os governos de Sánchez e Díaz Ayuso, não é difícil aventurar que a distribuição de fundos por Moncloa se torne uma nova frente de batalha entre as duas administrações. Do ponto de vista do presidente de Madrid, eles reconhecem que essa divergência não deveria ocorrer, já que a capital foi a comunidade autônoma mais atingida pela pandemia.