O PSOE e o Podemos concordaram em conter o aumento do preço dos aluguéis nas áreas onde se considera que os preços já estão “tensionados”. O objetivo é ter o regulamento pronto até o início do próximo ano para que o setor estabeleça um fundo de 700 milhões para ajudar os mais pobres a pagarem o aluguel. O Governo considera que um aumento dos custos neste setor seria limitado apenas aos grandes proprietários. Então, o efeito seria mínimo para fins práticos no mercado de aluguel em geral.
Embora não haja uma estatística oficial, o estoque de imóveis para aluguel está nas mãos de grandes proprietários – sejam eles “Socimis” (agentes imobiliários) ou empresas (5% do total do país). Mas, pesquisas apontam que 2,3 milhões de pessoas reconhecem receber receitas de aluguel, o que dá uma ideia da magnitude significativa do número de pequenos proprietários na Espanha.
Por isso, deseja-se conter o impacto político que seria gerado por essa grande massa de pequenos proprietários. A reforma foca, portanto, nos grandes proprietários e, assim, o Governo não enfrenta eleitoralmente 95% dos pequenos proprietários que têm uma ou duas casas.
O Governo também incentiva que grandes administrações desenvolvam recursos para a promoção de moradias populares para aumentar o estoque de habitações públicas. Esta política concorda com a Associação de Proprietários de Casa de Aluguel (Asval). Seu presidente, Joan Clos, propôs a criação de um fundo de 700 milhões de euros para reduzir a taxa de esforço de famílias com menos recursos para pagarem aluguel. Este tipo de ajuda pode ainda promover a colaboração público-privada e, dessa maneira, encorajaria os operadores privados a construir habitações públicas.