Um grande estudo publicado pela “The Lancet”, revista médica britânica, sobre as progressões populacionais, diz que a Espanha terá somente a metade da população atual no ano de 2100, com apenas 23 milhões de habitantes. Haverá uma desigualdade populacional entre países devido aos seus modelos econômicos, sociais e culturais.
O professor da Oxford, Stephen Emmott, publicou no seu livro “Dez bilhões”, que a humanidade chegará a esta cifra daqui a oitenta anos: dez bilhões de habitantes. Hoje, a população mundial quase alcança os 7,8 bilhões de pessoas (dado do World Meter). O professor sugere dados apocalípticos e adverte que se a humanidade não frear a cifra de natalidade, pode haver um desastre a nível global, inclusive com desabastecimento de alimentos e muita poluição ambiental.
Segundo a “The Lancet”, o pico populacional chegará em 2060, com 9.7 bilhões. A partir daí a humanidade irá se reduzir lentamente até ficar em 8.8 bilhões em 2100.
O Instituto de Métrica e Avaliações de Saúde da Universidade de Washington (IHME), sugere que “há uma tendência contínua a nível educativo feminino e o acesso aos anticoncepcionais, que acelerarão o crescimento demográfico mais lento”. Inclusive a Nigéria, com sete filhos por mulher na atualidade, chegaria perto da natalidade francesa de 1.8 filhos.
As Nações Unidas preveem um número maior: 11 bilhões de pessoas em 2100. E diz que seria uma boa notícia para o meio ambiente mundial, se houvesse uma redução da natalidade na segunda metade do século.
Os estudiosos calculam que haverá uma drástica redução populacional em 23 países, incluída a Espanha, que, com a metade da sua população, passaria da 13ª economia do mundo a estar na 23ª posição. Outros países que perderiam metade de seus habitantes seriam: Portugal, Coreia do Sul, Japão e Itália, por exemplo.
Países que apostam de forma convicta pela imigração sairão fortalecidos: França, Reino Unido, Austrália Canadá e Nova Zelândia.
O estudo afirma que “alguns países conseguirão manter suas populações através de políticas de imigração liberais e políticas sociais que apoiem mais às mulheres que trabalham e alcançam o tamanho da família desejado. É provável que estes países tenham um PIB maior que outros, com diversos benefícios econômicos, sociais e geopolíticos que geram uma população ativa estável.” Ou seja: o futuro da humanidade é feminino: há que se criar políticas que apoiem e conjuguem trabalho e natalidade planejada.
Segundo o estudo, há quatro formas de combater os problemas gerados pela natalidade em excesso ou falta:
1. Criar um ambiente propício para que as mulheres tenham filhos e continuem com suas carreiras profissionais;
2. Controles de natalidade;
3. Aumento da idade trabalhista, dando força ao trabalho em idades mais avançadas;
4. Promoção da imigração.
Se países como a Hungria e o Japão, que premiam a cultura homogênea e o purismo linguístico, não mudarem suas políticas, sofrerão um declive notável em todos os âmbitos. A Hungria deu cheques- natalidade numa tentativa de aumentar sua população e foi um fracasso a longo prazo. O que funciona é “mudar o modelo de sociedade para alcançar empregos estáveis”. Os países com mais resistência à imigração serão os mais prejudicados.
Ou seja: o presente e o futuro são imigrantes.
Este é um texto meramente informativo.