O ano era 1787, quando Madrid se abriu para o moderno. Na época, o ferro significava modernidade. Esta pequena ponte foi construída dentro da antiga propriedade El Capricho, concebida como área de lazer por sua proprietária, María Josefa Pimentel, Duquesa de Osuna. É uma das últimas construções realizadas nesta zona ajardinada, cujas obras se iniciaram em 1787 e terminaram 52 anos depois, em 1839.
A ponte é a primeira ponte de ferro erguida na Espanha, embora, pela sua pequena dimensão e baixa complexidade técnica, esta consideração recaia habitualmente sobre a Ponte de Triana (iniciada em 1842), em Sevilha, uma obra muito maior. Em relação às outras pontes de ferro da Comunidade de Madrid, a de El Capricho está 38 anos à frente da construída em Fuentidueña de Tajo (iniciada em 1868), a segunda mais antiga da região de Madrid.
A ponte foi construída por Martín López Aguado, arquiteto do Palácio de Fernán Núñez ou do próprio Palácio del Capricho, entre outros. E é formado por um único arco estaiado que serve apenas para salvar este estuário artificial e passar para o outro lado dele, continuando por um caminho atrás do lago. Sua altura, comprimento e largura não são excessivos, bastando para a passagem de barcos.
Esta ponte de ferro tem um layout muito simples, que, de certa forma, emula o desenho das pontes venezianas. Dois arcos de ferro sustentam uma estrutura metálica simples, sobre a qual se erguem duas rampas de madeira, ambas convergindo para um patamar horizontal, também de madeira. Dada a inclinação das rampas e a sua consequente elevação acima do curso de água, cada uma delas tem instalada uma escada em ferro. Uma grade completa o conjunto.