A Alemanha pretende recuperar o projeto de transporte de gás de Portugal e Espanha, através da França, para o resto da Europa, depois de anos apostando na energia barata russa e agora castigada pela sua dependência energética de Moscou.
Um gasoduto da Península Ibérica “teria contribuído maciçamente para flexibilizar a situação atual”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Olaf Scholz, em conferência de imprensa após as férias de verão e aberta a todo o tipo de questões, nacionais ou internacionais, embora centradas na guerra da Ucrânia.
Tal conduta “poderia ter sido construída” e “agora faz falta”, acrescentou Scholz, que disse ter discutido a possibilidade de recuperar o projeto com os seus colegas de Portugal e Espanha, e também de França e com a presidência da Comissão Europeu. Scholz se referiu assim, embora sem citá-lo, ao projeto MidCat, que foi interrompido há anos por se considerar economicamente mais vantajoso importar gás natural russo. Faltavam cerca de 220 quilômetros para serem construídos entre Hostalric (Catalunha) e o sul da França.
Apesar desta situação, sublinhou, tem sido possível “em tempo recorde” procurar estas alternativas para garantir o abastecimento de gás. Admitiu que será “mais caro”, mas garantiu que “não vamos deixar nenhum cidadão sozinho” nesta situação.