Apesar de encadear sete trimestres consecutivos de alta, os preços das casas no final do primeiro trimestre de 2023 estavam 28,3% abaixo do máximo histórico – atingido na primeira parte de 2008 – segundo a consultora imobiliária Gesvalt. A empresa garante que a habitação encadeou quase dois anos de aumentos acima dos 3%, a que se junta o primeiro trimestre de 2023 com um crescimento de 6,7%. Após este último aumento, o preço da habitação ronda os 1.536 euros por metro quadrado, cerca de 434 euros abaixo do máximo atingido no ano em que rebentou a bolha imobiliária, indica Gesvalt.
Apesar dos aumentos, durante o ano passado foram observados indicadores de desaceleração, afirmam a empresa. Consideram provável que os preços se estabilizem durante o equador de 2023, “podendo ver quedas em certos territórios”, explicam. De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no final de março, o crédito imobiliário voltou a taxas positivas e subiu 3% em janeiro, após uma queda de 8,8% no final de 2022.
O aumento dos preços das casas geralmente ocorre no primeiro trimestre do ano, acrescenta o consultor. As mais destacadas encontram-se na Região de Múrcia, com aumentos de 10,3%, seguida de Navarra (7,8%) e das Ilhas Baleares (7,4%). Por outro lado, a Comunidade Valenciana, Madrid, Andaluzia e Canárias tiveram um crescimento inferior a 1%.
Esforço financeiro
O aumento dos preços da habitação e a perda do poder de compra têm também levado as famílias a dedicarem um maior esforço econômico à compra de casa. Segundo dados da consultora, o percentual de renda que uma unidade familiar de renda média deve dedicar aumentou dois pontos trimestrais para 33,6%, o que significa que uma família de renda média deve dedicar 7,9 anos de seu salário para poder adquirir uma residência.