A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil informou nesta segunda-feira que decidiu suspender temporariamente os ensaios clínicos no país da vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, após ser notificado de um “evento adverso grave”. Foi decidido interromper o estudo para avaliar os dados observados até o momento e julgar o risco/benefício da continuidade do estudo” após ser notificada de evento adverso grave em 29 de outubro.
Segundo a Anvisa, esse tipo de interrupção faz parte dos procedimentos de Boas Práticas Clínicas, esperadas para estudos clínicos realizados no Brasil”, especificou a entidade em nota. A Anvisa não divulgou maiores detalhes sobre a suspensão dos testes ao “Coronavac”, que estão sendo testados em ensaios clínicos fase 3 no Brasil, Turquia, Bangladesh e Indonésia, além da China, para respeitar os “princípios da confidencialidade, dignidade direitos humanos e proteção dos participantes”.
Com a interrupção dos ensaios clínicos, que incluem 9.000 voluntários no Brasil, nenhum novo indivíduo poderá ser vacinado. Também não foi especificada a gravidade que motivou a decisão, mas casos como óbito ou hospitalização do paciente são considerados “efeitos adversos graves”.
A vacina desenvolvida pela Sinovac estava sendo testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, um dos principais centros de pesquisas médicas da América do Sul localizado em São Paulo, o estado mais populoso e industrializado do país.
Nesta segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria, informou em entrevista coletiva que o primeiro lote de 120 mil doses importadas de Coronavac deve chegar a São Paulo no dia 20 de novembro vindo da China. Da mesma forma, prevê a chegada dos produtos até o final do mês para que o Instituto Butantan possa iniciar a produção de 40 milhões de doses no próprio país.