Em qualquer momento da vida de uma pequena empresa, mas muito mais em tempos de crise como o atual, os proprietários devem medir constantemente a saúde financeira de suas empresas. Isso equivale a capacidade de cumprir os pagamentos, conhecida como solvência. Consequentemente, tanto melhor será a saúde financeira quanto mais solvência a empresa tiver, o que também significará maior robustez para enfrentar situações difíceis como a derivada da pandemia que tem um forte impacto nas pequenas e médias empresas (pymes). E para um pequeno empresário, ter solvência implica ter caixa suficiente e um balanço saudável, o que, por sua vez, implica um nível de endividamento aceitável.
A professora do Departamento de Economia, Finanças e Contabilidade da ESADE, Glória Batllori, exemplifica o que é um nível adequado de dívida de uma pyme, dividindo-o em dívidas de curto e longo prazo. A primeira, para que fique em um patamar saudável do ponto de vista financeiro, “é aquela que pode ser devolvida, ou seja, aquela que é contratada com um fornecedor antes da venda do produto mas que, quando ocorrer a venda, desaparece “. A segunda é mais complexa, segundo o especialista, e só deve ser contratada se o empresário tiver muita certeza de que seu negócio vai crescer, tanto que, por exemplo, exige a construção de uma nova fábrica. “Mas, nesse aspecto, o SME tem que ser muito conservador”, alerta.
“Não se endivide além do que pode pagar e, se possível, nunca além de dois meses”, aconselha José Antonio Martín Herrera, primeiro membro do Conselho de Administração do Colégio Oficial de Gestores Administrativos de Madri. Esse profissional afirma que o aspecto financeiro de uma empresa tem que ser levado muito a sério e que o endividamento é um fator de primeira ordem. “Agora, com a pandemia, recomendamos também não se infectar economicamente, o que significa monitorar clientes e rejeitar possíveis negócios em que eles não estejam convencidos de que haverá pagamento”, afirma.