A Associação de Companhias Aéreas (ALA) anunciou esta segunda-feira que para este verão há um total de 219 milhões de passagens programadas para Espanha, o que representa mais 3% do que as que foram operadas no verão de 2019.
Deste número de voos, as regiões das Canárias, Baleares e Andaluzia apresentam valores superiores, com 7,8%, 7,4% e 8,2%, respetivamente.
No entanto, o presidente da ALA, Javier Gándara, destacou em conferência de imprensa que estes dados estão sujeitos a modificações ao longo da temporada e, além disso, sublinhou que é necessário ter em conta o fator de carga dos referidos vôos, embora é previsível que se aproximem das percentagens de antes da pandemia.
“Apesar do momento de crise económica que vivemos, os dados mostram a vontade dos passageiros de viajar e esperamos que este verão marque a recuperação definitiva de um setor que se tem mantido robusto e capaz de ultrapassar as dificuldades provocadas pela pandemia.” , destacou o presidente da ALA, Javier Gándara.
A GREVE NA FRANÇA CONGESTA TODA A EUROPA
Gándara também destacou os grandes desafios que o tráfego aéreo espanhol enfrenta nesta temporada de verão. Em primeiro lugar, destacou o congestionamento de tráfego causado pelas greves gerais na França, que afetam o controle do tráfego aéreo, causando atrasos e congestionamentos não apenas nos voos para esse destino, mas em todos os sobrevoos – sem origem nem destino na França – que deve cruzar o espaço aéreo francês.
A ALA sublinhou a necessidade de a Comissão Europeia exigir que a França proteja estes sobrevoos, protegendo os passageiros. O Eurocontrol estima um custo de 8 milhões de euros em média por dia para cancelamentos e outros 6 milhões para atrasos para todas as companhias aéreas europeias. No total, 476 milhões de euros em custos extras pelos 34 dias de mobilizações entre 1º de março e 9 de abril.
Gándara indicou que os efeitos dessas paralisações estão impactando ainda mais na Espanha, já que o espaço aéreo francês é um local de passagem quase obrigatório para conexões entre nosso país e o resto da Europa.
Além das greves, a alta demanda e a falta de pessoal nos aeroportos europeus. “Estamos preocupados com os aeroportos europeus, mas esperamos que não seja tão catastrófico como em 2022”, destacou Gándara.
No caso específico dos aeroportos britânicos, Gándara sublinhou que o Brexit tem causado falta de recursos para algumas profissões no país.
Para Espanha, a ALA mostra-se optimista e destaca que no ano passado já demonstrou que estava pronta para a recuperação, salvo casos pontuais em alguns aeroportos onde existiam filas no controlo de passaportes. “Espanha foi o exemplo de gestão positiva, embora houvesse um ponto negro” em alguns aeroportos por ter sido o primeiro ano de recuperação após o Brexit, argumentou Gándara.