A construção civil vive uma era na Espanha que pode ser evidenciada por dois problemas que o setor arrasta há muito tempo e que se agravaram nos últimos meses. São eles a alarmante falta de mão de obra e o forte aumento dos custos de construção. As construtoras temem que a confluência desses fatores atrase ou paralise a execução das obras e desacelere sua atividade.
E tudo isto justo quando o setor imobiliário aguarda com entusiasmo a chegada dos fundos europeus da próxima geração, que podem sair cerca de 40.000 milhões de euros no sector, quer através de projetos de reabilitação, novas construções, energias renováveis ou infraestruturas.
A questão é se as empresas conseguirão assumir todas essas novas obras. Operários, pedreiros, operadores de guindastes ou gestores de obras são alguns dos profissionais de que o mercado necessita, que atualmente emprega 1,3 milhão de pessoas e exigirá outros 700.000 trabalhadores no curto e médio prazo, graças à chegada dos fundos de recuperação.
O setor tem tentado suprir essa lacuna com trabalhadores de outros países, principalmente da América Latina, Leste Europeu e Norte da África, mas nem com a imigração a demanda existente pode ser atendida, explica Sergio Rabassa, Diretor de Desenvolvimento da imobiliária Petrus.
O problema, segundo o gestor, é que os jovens não pensam na construção como um setor de aprendizagem e formação, apesar de oferecer bons salários e um leque de especializações e oportunidades promocionais.
O outro problema que preocupa muito os construtores é o aumento dos preços das matérias-primas, que tem elevado os custos das edificações, colocando em risco a viabilidade e rentabilidade dos empreendimentos.
De acordo com o Índice de Custo Direto de Construção elaborado pelo grupo ACR, os custos de construção subiram mais de 7% no último ano, aumento que foi especialmente intenso nos últimos seis meses, com um aumento de quase 10%.
Fonte: El Economista