Entre a enorme lista de impactos que o Governo espera gerar com o plano de recuperação está o aumento de mais de 1% na renda salarial para este ano, de 0,5% em 2022 e, cerca de 0,2% ou 0,3% em 2023. Em relação ao detalhamento do projeto, os salários teriam um papel maior na renda familiar em detrimento de outras participações, como o seguro-desemprego e as transferências, que cairiam com a redução dos trabalhadores inativos com a pandemia do Covid-19.
Desta forma, o subsídio de desemprego seria reduzido ao aumentar o rendimento familiar em cerca de 0,25% em cada um dos três anos, enquanto as transferências por inatividade cairiam 0,5% em 2022 e mais 1% em 2023. Paralelamente, o rendimento do capital também aumentaria significativamente seu peso na receita conjunta: mais de 1,30% em 2021 e 0,2% e 0,5% nos dois anos seguintes.
De acordo com o documento, existem dois canais vinculados ao plano que afetam diretamente a distribuição de renda. Do ponto de vista da oferta e da procura, o aumento do investimento público reflete-se no aumento do stock de capital da economia e no aumento da procura de emprego, o que influencia os retornos do capital e do trabalho. Por outro lado, e dado que parte do investimento no plano se destina à educação e formação profissional, melhora-se a qualificação e composição da força de trabalho. Este último, é o canal que mais influencia a mudança na distribuição dos salários ao permitir que uma percentagem significativa de trabalhadores pouco qualificados adquira competências médias.
Esses efeitos se somariam a outras medidas já tomadas, como a renda vital mínima, e aumentariam absolutamente a renda de quem tem menos.
O plano visa também reduzir o fosso de riqueza entre as autonomias espanholas, dando maiores taxas de crescimento às regiões com um PIB mais baixo – como Extremadura, Andaluzia, Castilha la Mancha e Ceuta e Melilha, em comparação com as mais avançadas (Madri, País Vasco, Catalunha e Navarra).
Fonte: Cinco Días / El País.