Entre todos os efeitos negativos de um contexto inflacionário, destaca-se a perda do poder de compra das pessoas, que podem comprar cada vez menos coisas com o mesmo dinheiro. Este efeito tem um impacto direto nas nossas poupanças, uma vez que a inflação é o inimigo silencioso do dinheiro poupado nas nossas contas bancárias. A razão? Que, enquanto permanece nessa conta, o cidadão não utiliza esse dinheiro e, ao mesmo tempo, faz com que esse dinheiro perca valor em consequência da subida dos preços.
É por isso que é aconselhável dar um uso mais racional a esse dinheiro do que deixar ele armazenado em nossa conta corrente. E isso acontece deixando apenas o suficiente na referida conta para poder operar com ela e responder a necessidades urgentes e tentar rentabilizar com o resto.
Dinheiro para deixar no banco
A Organização de Consumidores e Usuários (OCU) explicou em seu site qual é o valor necessário para deixar em uma conta corrente e, ao mesmo tempo, poder combater a inflação e a perda de poder de compra que ela nos inflige . A organização refere-se à quantidade de dinheiro que deve ser deixada no banco, que não deve “nem muito nem pouco”.
A OCU aposta um valor próximo a três meses de salário para deixar na conta corrente. Com ela, o cidadão pode cobrir as suas despesas mensais (aluguel ou hipoteca, alimentação, outras contas, lazer…) e proteger-se de qualquer eventualidade ou emergência hipotética. Assim, o restante do dinheiro pode ser colocado em operação.
Como obter rentabilidade com o resto do dinheiro
A forma como o dinheiro que não guardamos na conta corrente dependerá do tempo que conseguirmos ficar sem ele para obter maior rentabilidade. A OCU propõe dois cenários:
-Se o cidadão só conseguir ficar sem dinheiro por alguns meses, pode optar por um depósito a curto prazo, por exemplo, um ano. Nesses casos, sim, é recomendável não sacar o dinheiro prematuramente, pois, caso contrário, as cláusulas de penalidade podem nos levar a perder dinheiro em vez de obter lucratividade.
-Se o cidadão pode ficar sem dinheiro por mais tempo, uma das melhores opções são os depósitos por cinco ou dez anos. A razão é que, apesar de possíveis momentos de perda, os ganhos potenciais são muito maiores.
A OCU, sim, estabelece um valor limite na hora de fazer os investimentos correspondentes: recomenda não deixar mais de 100.000 euros no mesmo banco, pois é o valor máximo que o Fundo de Garantia de Depósitos cobre em caso de falência. No caso de dispor de fundos de montantes superiores a esses 100.000 euros, convém distribuí-los em produtos de diferentes entidades.