A greve está marcada para o dia 25 de abril, quando o presidente Lula chegará ao país, após visita a Portugal. Nessa data, os funcionários locais da Embaixada do Brasil em Madri e dos Consulados de Madri e Barcelona paralisarão parcialmente as atividades por uma hora.
“Nossa intenção neste momento é dar visibilidade à nossa reivindicação por ocasião da visita oficial do presidente Lula à Espanha. Não queremos prejudicar os brasileiros que dependem de nossos serviços, mas durante a paralisação todos os funcionários locais deixarão de prestar serviços como emissão de passaportes, vistos, poderes públicos, emissão de declarações e certidões consulares para brasileiros residentes na Espanha”, afirmou. explica Ivanildo Dantas, Auxiliar Administrativo do Consulado Geral do Brasil e representante sindical eleito pelos trabalhadores do Consulado.
Os 64 funcionários, a maioria brasileiros, reivindicam um reajuste para compensar a perda de poder de compra decorrente da alta inflação na Espanha nos últimos anos. Os trabalhadores alegam que nos últimos 11 anos o Ministério das Relações Exteriores deu apenas o reajuste mínimo aplicado pela legislação espanhola, sem compensar as perdas salariais devido ao aumento do custo de vida.
Em nota, os trabalhadores alegam que seus salários estão entre os mais baixos da Europa, em comparação com profissionais que desempenham funções semelhantes em outras organizações brasileiras presentes no continente. Também é exigido que o formato de solicitação e compensação de horas extras seja definido por escrito, deixando claro que é voluntário.
Ivanildo Dantas garante que o momento da greve nada tem a ver com as posições políticas do presidente. “Nossa reivindicação de reajuste salarial vem de muito tempo, pois a primeira vez que apresentamos foi em março do ano passado. A greve não tem caráter político e não tentaríamos levar nossa causa ao público em geral se ela tivesse sido ouvida e abordada pelo Itamaraty há mais tempo. Não gostaríamos que toda a nossa luta fosse interpretada a favor ou contra o partido no poder, nem com as posições do presidente Lula, a quem temos todo o respeito, porque entre os trabalhadores pode haver pessoas com ideias diferentes”, explica.