Os “Orçamentos mais sociais da história” – nas palavras do Governo – começam a vazar ainda antes de serem aprovados, e não, precisamente, por falta de acordo parlamentar. Pelo contrário, pelo desequilíbrio das contas que está provocando a disparada dos preços, que estão elevando a inflação acima das expectativas. Esse desvio vai pesar nas novas projeções macroeconômicas que o governo, quase certamente, terá de ajustar antes do final do ano, mas, principalmente, em itens diretamente relacionados ao índice de preços ao consumidor, como a previdência.
De acordo com as Contas Públicas apresentadas pela Ministra das Finanças, María Jesús Montero, para o próximo ano,espera-se um aumento das despesas com esse conceito de 4,8%, atingindo 171.165 milhões de euros. Esse cálculo tem por base uma reavaliação padrão de 3% para as pensões mínimas e não contributivas e um aumento atrelado ao IPC para esse benefício como um todo, desde que o Executivo confirme que será aprovada a reforma previdenciária,acordada com os agentes ainda pendente no Parlamento – que vincula as pensões contributivas ao IPC, dos 12 meses anteriores a novembro deste ano.
Mas, se a alta dos preços continuar elevando a inflação, que fechou em 5,5% em outubro, no avanço apresentado pelo INE, o executivo terá que reavaliar se segue com a mesma hipótese de que a alta terminará o ano abaixo de 2,5%. Para já, esse acréscimo representa já 3.200 milhões de euros a somar à fatura, ao qual se somarmos o famoso “pagamento” de compensação pelo desvio do IPC na subida de 0,9% em 2021, o que deverá ser assinalado no déficit geral, mais 2.000 milhões teriam que ser pagos no mês de janeiro de 2022. Isso significa que a reavaliação das pensões contributivas, já estaria em torno de 3,7%, ou seja, cerca de 5 bilhões, desde que os índices inflacionários o fizessem não continuar sua escalada imparável. Fontes governamentais não descartam que esse desvio ultrapasse 3,7%, podendo até ultrapassar 4%.
Fonte: La Razón