O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, anunciou neste domingo que o Executivo aprovará nesta terça-feira em Conselho de Ministros a mobilização de 50.000 casas Sareb (Sareb é o mau banco do governo espanhol, seu objetivo é administrar e desinvestir ativos de alto risco que lhe foram transferidos das quatro instituições financeiras espanholas nacionalizadas) para aluguéis acessíveis para jovens e famílias.
Sánchez fez este avanço no encerramento da Convenção Municipal do PSOE que se realizou este fim de semana em Valência, à qual assistiram os candidatos a prefeito das principais cidades da Espanha.
Depois que nesta semana o Governo chegou a um acordo para cumprir a Lei da Habitação, Sánchez afirmou que quer ir “mais longe” e colocar à disposição de jovens e famílias milhares de imóveis.
Nesse sentido, fontes da Moncloa especificam que o Executivo vai oferecer aos municípios e comunidades autónomas 21 mil vivendas e vai promover o arrendamento social de outras 14 mil. Além disso, promoverão a construção de até 15.000 residências públicas em terrenos disponibilizados pela Sareb.
UM VERDADEIRO “PROBLEMA”
O primeiro-ministro qualificou o acesso à habitação como um “problema real” e que a Espanha mantém idades de emancipação “inaceitáveis”, muito superiores à média europeia. Ele ainda apontou que essa questão segrega a sociedade, pois “70% das desigualdades” são geradas pela dificuldade de acesso à moradia digna, como ele relatou.
Nesse sentido, lamentou a baixa percentagem de habitação pública na Espanha face aos seus parceiros europeus -3% face aos 9% da média da UE- e estabeleceu o objetivo de aumentá-la para 20%, ao nível dos países mais desenvolvidos do continente. “Quero que a Espanha seja um país com 20% de habitação pública”, afirmou. Ele também acrescentou que a Espanha é o terceiro país da UE com mais casas vazias.
Dessa forma, espera promover o acesso à moradia, principalmente para os jovens, e diminuir a idade média de emancipação. Além disso, com um aumento notável da habitação popular, espera amortecer o aumento dos preços dos imóveis.
Sánchez também destacou que a Espanha é o quarto país da UE que faz mais esforço financeiro para pagar o aluguel porque, conforme indicado entre 2014 e 2021, o preço médio por metro quadrado aumentou 11% em média quando se trata de moradia própria e 45% para aluguel.