Ao som de Brahms, cerca de 400 pessoas, incluindo as máximas autoridades espanholas e europeias, o presidente da OMS e familiares das vítimas do COVID-19, estiveram reunidos no Palácio Real em Madri, para uma emotiva homenagem às vítimas da pandemia. O Palácio Real foi blindado com fortes medidas de segurança.
As diferenças políticas foram deixadas de lado e, republicanos, monarquistas, liberais, socialistas, independentistas e unionistas, reuniram- se para recordar e homenagear as vítimas de uma das piores tragédias sofridas no país, com a perda de 28.413 espanhóis em poucos meses e 257.494 infectados (dados oficiais de 16/07/20).
A homenagem estendeu- se a todos os profissionais que estiveram na linha de frente, como os profissionais de saúde, mensageiros, trabalhadores de supermercados e das telecomunicações, motoristas, agricultores e todos que ajudaram a manter os serviços básicos durante a pandemia.
O evento contou com os discursos do rei Felipe, da enfermeira Aroa López, de Barcelona e o irmão do jornalista José Maria Calleja, vítima fatal do COVID- 19, Hernando Fernández Calleja.
As cadeiras foram dispostas em um círculo e as autoridades foram deixando flores brancas em uma pira. Houve também um minuto de silêncio e um poema de Octavio Paz.
Que essa chama não deixe esquecer tudo o que passou.E que o esforço não seja em vão, em honra e memória de todos que lutaram para salvar vidas e acabaram perdendo a própria; também, em memória das pessoas que se foram repentinamente, sozinhas em hospitais e asilos, e de seus familiares que ainda sofrem a dor da despedida impossível.
Como disse Hernando Fernández em seu discurso, “a compaixão é um sentimento que nos faz mais humanos, mais que a bondade, mais que o amor…a compaixão nos permite compreender a dor alheia, seus sonhos interrompidos, sua tristeza imensa, por isso quero pedir hoje a todos, compaixão.”
Nós da Espanha Fácil, unidos a este espírito de compaixão, desejamos força e luz à todos os familiares das vítimas do COVID-19 na Espanha, no Brasil e no mundo.