O que parecia tão distante, chegou. Esperamos o ano todo para ter uma vacina contra o vírus da Covid-19 e dezembro trouxe esperança. Com as primeiras 800 mil doses da vacina da Pfizer, o Reino Unido iniciou o desafio de vacinação na Europa e 50 hospitais britânicos já fazem campanha e convocam os primeiros idosos com mais de 80 anos.
A União Europeia (UE) tinha o objetivo de fazer uma estratégia de campanha de vacinação em conjunto com toda a Europa, mas além do Reino Unido, a Rússia também já começou a distribuir o seu próprio tratamento, o Sputnik V, sem ter concluído as fases de teste. Cerca de 70 centros de vacinação em Moscou fornecem doses do medicamento que os fabricantes dizem ser 95% eficaz. A China autorizou até três novas vacinas com licença emergencial e usa as desenvolvidas no país para fazer uma “diplomacia sanitária” com outros países como o Brasil, para o qual prometeu seis milhões de doses da Coronavac do laboratório Sinovac em janeiro.
A primeira mulher a receber a dose do tratamento foi Margaret Keenan, de 90 anos, com uma camisa decorada escrito “Feliz Natal”. Diante de uma multidão de meios de comunicação reunidos no Hospital da Universidade de Coventry às seis e meia da manhã, a senhora falou sobre a coragem de ser uma das primeiras a receber a vacina: “Se eu posso usar aos 90 anos, qualquer um pode”.
Existem problemas de distribuição que alteram a logística inicialmente estabelecida por Boris Johnson. A ideia era dar prioridade o mais rápido possível para idosos que vivem em asilos já que foram as maiores vítimas da primeira onda da pandemia do novo coronavírus, mas desafios como manter a vacina Pfizer a -70ºc e distribuir as 975 doses de cada refrigerador portátil para compartimentos menores, atrasaram o plano. Apesar disso, a autoridade reguladora britânica, MHRA, já autorizou um método seguro de divisão dos frascos e garante que o tratamento chegará às residências de idosos durante o mês de dezembro.