A cidade brasileira de Manaus, que há meses teve seus serviços de saúde e funerais colapsados devido à nova pandemia do coronavírus, pode ter alcançado imunidade de grupo com 66% de sua população infectada, segundo um estudo realizado por um grupo internacional liderado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
A capital amazonense viveu o pico da curva em meados de maio e cerca de 46% de seus habitantes contraiu SARS-CoV-2. Em junho aumentou para 65% e nos dois meses seguintes permaneceu em torno de 66%. A cidade que tem uma população de cerca de dois milhões de habitantes pode ter alcançado imunidade de rebanho contra Covid. No entanto, os anticorpos detectados nos testes decaem rapidamente em alguns meses após a infecção.
De fato, nas últimas semanas, a capital amazônica experimentou uma retomada no número de casos e mortes de Covid, obrigando a Prefeitura a retornar à “situação de emergência”, impondo novas restrições a fim de fortalecer sua rede de hospitais. Esse aumento também pode estar atrelado ao plano de desaceleração, iniciado em junho e por meio do qual as principais atividades econômicas da região foram gradativamente retomadas.
Segundo dados oficiais, foram registrados 4.158 novos casos de coronavírus na cidade entre 1º e 17 de setembro, frente aos 3.971 do mesmo período de agosto. Além disso, a ocupação de leitos de terapia intensiva aumentou 6% na saúde pública e 10% na privada. Manaus também costuma receber muitas das emergências médicas que ocorrem no interior do estado do Amazonas, que até a última segunda-feira eram responsáveis por 3.964 mortes e 131.920 casos confirmados. De qualquer forma, e apesar da queda, o Brasil continua sendo o segundo país com maior número de afetados. Até hoje, foram 4.595.335 casos de infectados, 138.159 óbitos e 3.945.627 recuperados, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).