O medicamento desenvolvido pela PharmaMar contra covid-19, Aplidin (plitidepsina), tem uma forte potência antiviral in vitro com toxicidade limitada, em comparação com outros antivirais contra SARS-CoV-2. A informação foi apurada pela revista científica Science em matéria que a própria empresa enviou nesta terça-feira à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) e o informativo El Economista publicou. As ações da empresa de biotecnologia recebem notícias com altas de até 19% e atingem cotações máximas desde novembro.
A publicação especializada afirma que em testes realizados com animais infectados com SARS-CoV-2, a plitidepsina diminuiu quase totalmente (99%) a carga viral nos pulmões. Mas, a Science também destaca que a toxicidade (fator que sempre preocupa quando se estuda qualquer antiviral) da Aplidina apresenta um perfil de segurança bem estabelecido em humanos. As doses bem toleradas de plitidepsina usadas no ensaio clínico são significativamente mais baixas do que aquelas usadas em outros experimentos.
Desta forma, o jornal conclui (com base em seus dados de testes em animais e resultados de testes clínicos PharmaMar) que a plitidepsina deve ser seriamente considerada para expandir os testes clínicos para o tratamento de covid-19.
O artigo da Science é um incentivo para a PharmaMar, que desde meados de outubro negocia com diferentes órgãos reguladores o início da fase III (ou final) dos testes com Aplidin.
Há mais de três meses, a empresa espanhola de biotecnologia anunciou que a fase II (ou intermediária) do ensaio clínico com a droga deu “resultados positivos”. Algo que sublinhou em meados de novembro, quando, a pedido da CNMV, defendeu que a aplidina produz “uma redução notável da carga viral” do novo coronavírus.
Por outro lado, os ensaios não avançaram desde então, esperando a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) dar ‘luz verde’ para iniciar a fase III.