Com meio ano de atraso, o Ministério da Cultura da Comunidade de Madri tornou público o caderno de encargos da gestão dos Teatros del Canal e do teatro e auditório de San Lorenzo de El Escorial. O orçamento é de 19,9 milhões de euros para um contrato de 24 meses, que inclui apenas a gestão, limpeza, segurança e manutenção dos espaços. Em nenhum caso, metade da programação dos cinemas é licitada, como ocorreu até agora.
Essa é a novidade mais marcante e mais exigida do setor das artes cênicas: a nova fórmula de gestão da unidade performática mais importante da comunidade põe fim ao modelo que até então entregava cinco meses de programação do espaço público à empresa privada premiada. Há onze anos a CLECE – empresa prestadora de serviços de Florentino Pérez – se beneficia de uma fórmula de gestão e programação para grande parte do setor cultural.
Deste modo, as folhas desenhadas pela equipe da conselheira Marta Rivera de la Cruz (Ciudadanos) resgatam o projeto que o anterior conselheiro Jaime de los Santos (PP) tinha encerrado, ao qual corresponderá a programação de todas as salas a gestão do centro, ao longo do ano. “O objetivo do Ministério da Cultura e Turismo é converter gradualmente estes espaços em centros de excelência artística e cultural de referência internacional”, afirma o Ministério da Cultura. A atual diretora artística também expira o seu contrato de 116 mil euros no dia 31 de dezembro, embora venha a ser renovado por mais um ano, conforme indicado pelo Ministério.
Este concurso, que deveria ter sido tornado público durante o primeiro semestre do ano para a resolução atempada do novo contrato, é convocado uma semana após o fim do contrato em curso. Isso significa que o processo levará pelo menos meio ano para descobrir o nome da empresa vencedora. O Ministério garante que o processo licitatório não vai paralisar a atividade normal do centro até que seja resolvida a nova concessão para a gestão dos Teatros del Canal.