O Ministério da Educação da Espanha está planejando uma reviravolta para enfrentar o fracasso escolar com um sistema de reforço precoce no ensino fundamental e médio. As escolas não poderão repetir um aluno com base apenas em seu número de reprovações. A decisão sobre se o aluno passa de ano ou está autorizado a receber o título de ensino secundário obrigatório (ESO) caberá a toda a equipa docente. A repetição será uma medida excepcional que deve ser aplicada somente quando for considerada a opção mais benéfica para a trajetória educacional do aluno. E o grau de bacharel pode ser obtido com disciplina suspensa, desde que cumprida uma série de condições.
Assim se figura o anteprojeto do Real Decreto que regulamentará a avaliação e promoção de cursos de ensino fundamental, médio e graduação, que o Ministério da Educação encaminhou às comunidades autônomas para que propunham modificações antes de aprová-lo, previsivelmente nas próximas semanas.
O sistema educacional passará de uma regulação que faz da Espanha um caso excêntrico no entorno internacional, com uma taxa de repetência quase três vezes a média dos países desenvolvidos e com alto índice de abandono, para outro modelo comprometido ao estabelecimento de reforços para o aluno durante o mesmo curso, no momento em que é detectado que ele tem problemas para acompanhar o ritmo de ensino. O texto elaborado pela secretaria chefiada por Isabel Celaá aprimora as informações que os novos professores recebem de um aluno que é aprovado no curso ou inicia uma nova etapa educacional, alertando-os sobre as fragilidades em que o aluno deve atuar. E melhora a orientação educacional, uma das grandes carências da Espanha. Todos os alunos e seus familiares receberão um laudo individualizado no segundo e quarto anos do ESO no qual o centro educacional os orientará sobre as opções consideradas mais adequadas para o adolescente. A referida recomendação “visa que todos os alunos encontrem uma opção adequada para a sua futura formação”.
Fonte: El País