Existe um antes e um depois da mentalidade dos madrilenos em relação ao tipo de casa onde querem viver. No último ano, um total de 69 dos 78 municípios da Comunidade com menos de 2.500 habitantes aumentaram sua população em cerca de cem novos residentes. Além disso, estima-se que, pelo menos, 5.200 madrilenos mudaram seu local de residência habitual nos centros urbanos para enclaves rurais, segundo dados do Ministério da Habitação e Administração Local.
Muitas famílias decidiram se instalar no meio rural, em municípios que se encontravam em situação de despovoamento, buscando essa proximidade com a natureza. A experiência de confinamento foi muito difícil para muitos madrilenos e mudou a forma de ver a vida. Em muitos casos, essa fuga da cidade para o campo ajudou alguns municípios a escapar do fantasma do despovoamento e agora contemplam com maior otimismo o futuro de seu povo.
Cerca de trinta prefeitos confirmaram aumentos de mais de 10 ou 15% em registros (empadronamiento) com a Covid-19. Eles próprios o confirmam, como Lucila Toledo, a prefeita de Villar del Olmo, povoação a 40 quilômetros do centro de Madri, que até pouco tempo a população ali era de 2.000 habitantes e que o vírus estimulava a deslocar mais cem pessoas a esta cidade. Algumas pessoas que tinham residência de verão no município agora habitam de forma fixa.
A verdade é que os madrilenos procuram casas com uma área maior de metros quadrados para ter mais conforto. Em geral, são pessoas que estavam pensando em mudar de casa e o coronavírus foi o gatilho para tomarem uma decisão após terem sido trancadas durante o confinamento. Cidades muito próximas da capital, como Las Rozas, Boadilla, Pozuelo ou Torrejón de Ardoz, também chamam a atenção. Os madrilenos procuram agora casas longe das multidões perante a possibilidade de uma crise de saúde como a atual se repetir. Mas procuram também habitações perfeitamente equipadas para poderem teletrabalhar em salas polivalentes.