Os coordenadores de pensionistas, ligados aos sindicatos de classe, e as próprias centrais UGT e CC OO estão decididos em frear os planos do ministro de Inclusão, Seguridade Social e Migrações, José Luis Escrivá, para aumentar para 35 anos, o período de cálculo da base de contribuição das pensões e a possibilidade de conceber um novo coeficiente de redução que tenha em conta a esperança de vida, como demanda Bruxelas. Qualquer reforma neste sentido implicaria um corte nas pensões futuras, embora os coordenadores, que ontem protestaram perante o Congresso dos Deputados, pretendam também acabar com a reforma socialista de 2011, que aumenta gradativamente a idade de reforma para 67 anos.
No entanto, apesar das pressões desses movimentos, a verdade é que as pensões médias estão bem acima dos salários. A diferença entre os salários médios dos aposentados e os recebidos pela maioria dos assalariados aumenta à medida que a situação das empresas se deteriora devido à pandemia do novo coronavírus.
Neste sentido, basta a comparação com o salário mínimo, que aumentou, em paridade de poder de compra, 43,1% entre 2016 e 2020, para 950 euros. Apesar deste aumento, a pensão de reforma média ainda é 23% superior à do SMI, já que se situa nos 1.170 euros, após uma subida homóloga de 2,3%, segundo dados divulgados pela Seguridad Social da Espanha.
Sobre a pensão média, na qual estariam incluídos os restantes benefícios, como viuvez, invalidez temporária, orfandade ou a favor de familiares, a diferença é menor quando o montante das referidas prestações é reduzido em relação à reforma. Mas, mesmo assim, a pensão média do sistema, que chega a 1.018 euros, ainda é 7% superior ao salário mínimo.
Apesar disso, os novos acréscimos às pensões de reforma em novembro deste ano, foram 6,17% superiores ao ano anterior, com uma média de 1.371,62 euros mensais, atingindo 1.484,21 euros no do Regime Geral, que representa mais de 21.000 euros por ano, mais 14% do que o vencimento mais frequente.