No dia 31 de agosto, serão levantados pedágios em cinco trechos de rodovias na Espanha, num total de 640 quilômetros da AP-2, entre Zaragoza e El Vendrell (Tarragona), e da AP-7, entre Tarragona e La Jonquera (Girona), junto com as catalãs C-32 e C-33. Nesse dia termina a concessão destas estradas com a gestora Abertis, e o novo proprietário será o Ministério dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana.
O fim dos pedágios na Espanha, iniciado em dezembro de 2018 com a liberalização da AP-1 entre Burgos e Armiñón (Álava), é uma boa notícia para milhões de cidadãos e milhares de empresas, mas está produzindo uma cratera nos orçamentos dos municípios atingidos, principalmente nos menores, onde a rodovia foi o maior contribuinte privado por meio do BICE, o equivalente ao IBI para imóveis especiais. A saída da Abertis é como se despedir da principal (e única) indústria do município. Porque se futuramente forem instalados novos pedágios de uso das rodovias, esse dinheiro não reverterá diretamente para os municípios como antes.
Em Bàscara, uma cidade de 1.000 habitantes a meio caminho entre Girona e Figueres, eles são claros: de agora em diante, só vão gastar em investimentos urgentes. A iniciativa é do prefeito Narcís Saurina, que perderá 20% do orçamento municipal com o fim da concessão. “Estamos pagando uma dívida herdada de 2,8 milhões desde 2015 e o imposto rodoviário foi o que nos permitiu equilibrar as contas. São 268.000 euros que perdemos, portanto agora zero investimentos, apenas manutenção suficiente e pouco mais. No caso de algum imprevisto, acabaremos solicitando recursos ao Conselho Provincial de Girona”.
O prefeito de Bàscara não é o único a alertar para o buraco econômico. Vários municípios catalães, para os quais o imposto rodoviário representa cerca de 10% do seu orçamento, já estão equilibrando as contas, e a conclusão é sempre a mesma: reduzir o investimento ao máximo e manter o que está em vigor.
Fonte: El Confidencial