Um apartamento bem localizado e em bom estado que levava algumas horas para ser alugado pode agora levar até 40 dias. Com a chegada da crise gerada pelo Covid-19, a euforia do mercado de aluguéis em grandes cidades como Madri diminuiu muito já que a competição pelas melhores casas disponíveis caiu significativamente.
A pandemia abalou fortemente o mercado de aluguel de casas na Espanha e suas consequências ainda poderão ser vistas em 2021. Antes, o mercado estava fortemente pressionado, com uma oferta habitacional muito escassa, com alta demanda com uma relação entre 8 e 10 candidatos por casa, pouca mobilidade e preços em alta”. Agora a situação mudou completamente e de acordo com os dados obtidos pela “Agencia Negociadora del Alquiler” (ANA), numa amostra de habitações da Comunidade de Madrid, os preços médios caíram 5,95% no último ano, atingindo descontos de 8% e 10% nas rendas mais altas.
A ANA seleccionou 20 casas na Comunidade de Madrid que foram alugadas em 2019 e que devido à crise tiveram de resolver os contratos, e foram alugadas ao longo de 2020. Nestes casos, verifica-se uma queda generalizada dos preços “E esta diminuição é muito maior quando encontramos casas mais caras e em geral quando ultrapassam os 1.000 euros, com descidas de 10%”, aponta o diretor de Estudos da ANA, Sergio Zurdo.
Zurdo acrescentou ainda que as maiores quedas de preços ocorreram em casas pequenas em péssimo estado, que obviamente agora têm mais concorrência porque há mais oferta, e para poderem ser alugadas precisam baixar muito mais o aluguel. As casas abaixo dos 500 euros dificilmente sofreram quedas, pois este preço é muito procurado e é um preço bastante acessível para a grande maioria dos inquilinos.