Com as novas restrições de mobilidade o tráfego de Renfe caiu em 75% nas últimas semanas. A operadora ferroviária vive um cenário ruim esperando estar nos níveis de 2015 até o final de 2022.
O presidente da empresa pública, Isaías Táboas, explicou que a demanda de viajantes se recuperou em junho e julho para 40% do volume de 2019. Mas aí caiu novamente, e hoje é um quarto do que era há um ano nesta mesma época. Nas pesquisas realizadas pela Renfe no início de outubro com pessoas que viajam regularmente, apenas 6% tinham expectativa de viajar. Em 2012, ano em que a anterior crise econômica atingiu fortemente a Espanha, esse percentual era de 21%.
Até 2021, o cenário não mudará muito, pois a Renfe continuará sofrendo o impacto da pandemia e suas consequências econômicas. Os Orçamentos apresentados pelo Governo estimam perdas de 142 milhões na empresa pública. Só em 2022 a empresa começará a recuperar os lucros.
O Governo pretende comprar novos materiais circulantes para o operador ferroviário. A ideia é adquirir quase 300 comboios no próximo ano. Destes, 240 serão atribuídos a Cercanías, 43 a serviços de média distância e 13 a serviços de alta velocidade. O investimento total previsto para 2021 no AVE é de 2.877 milhões, mais 6,1%, enquanto na rede convencional o Executivo prevê investir 1.826 milhões de euros, o que é 112% mais do que em 2018.
A empresa ferroviária Adif também pretende fazer investimentos para 2021. Querem investir 4.858 milhões de euros na rede ferroviária em 2021, dos quais 3.012 milhões irão para o desenvolvimento de novas infra-estruturas e os restantes 1.846 milhões de euros para a melhoria e renovação da rede.
A Adif registou um decréscimo de receitas de 270 milhões de euros este ano, embora tenha mantido em funcionamento todas as linhas que gere e o seu programa de investimentos, com um grau de execução mais do dobro do dos anos anteriores.