O Governo Espanhol aprovou um projeto para promover testes de trens de hidrogênio, combustível renovável que o grupo industrial francês, Alstom, já usa e que a fabricante espanhola Talgo também desenvolve. Na aviação, os testes também começaram.
Há algumas semanas, o Governo aprovou a “Folha de rota do Hidrogênio”, para promover o setor que mobiliza mais de 8 bilhões de euros em investimentos e que será fundamental para que a Espanha alcance a neutralidade climática e um sistema elétrico 100% renovável até 2050. Ainda que o assunto do momento seja o avanço desse tipo de combustível, a indústria de transporte já pesquisa há anos uma forma de reduzir as emissões de combustíveis danosos para o meio ambiente. No caso do ferroviário as pesquisas são bem avançadas.
A Alstom tornou-se a primeira do mundo a fabricar um modelo regional de passageiros, o Coradia iLint, movido a células de combustível que convertem o hidrogênio e oxigênio em eletricidade. Esses trens começaram a operar comercialmente com passageiros em setembro de 2018, com dois veículos em serviço regular na Baixa Saxônia, na Alemanha. Após um ano e meio de testes e mais de 180.000 quilômetros percorridos, a Alstom iniciou a produção em série de 14 trens que serão entregues na Alemanha a partir de 2022. A operadora austríaca ÖBB também testará o Coradia iLint em linhas regionais no sul do país. O trem também foi testado em março passado na linha de 65 quilômetros entre Groningen e Leeuwarden, no norte da Holanda.
A Talgo está imersa no desenvolvimento da tecnologia do hidrogênio. A empresa espanhola apresentou seu sistema de propulsão de veículos ferroviários à base de hidrogênio em meados de setembro e desenhou o seu modelo especificamente para a plataforma “Vittal de Cercanías y Media Distancia”, com a qual trabalha com baterias de hidrogênio. Os primeiros testes estão previstos para o quarto trimestre de 2021 em locais como a Extremadura, uma das regiões com rede ferroviária mais atrasada de Espanha.