Contra todas as probabilidades, pessoas com o fenótipo T2 da asma apresentam uma menor prevalência da Covid-19, segundo estudo realizado por pneumologistas do Hospital Vall d’Hebron de Barcelona.
O estudo, publicado na revista ‘ERJ Open Research’, constatou que apenas 3,2% dos pacientes hospitalizados com doença grave tinham asma, prevalência inferior à da população em geral, que gira em torno de 6%.
A asma é uma das principais doenças respiratórias em todo o mundo e, como o SARS-CoV-2 é um patógeno respiratório, os médicos de Vall d’Hebron queriam quantificar o risco que a atual pandemia de Covid-19 pode representar para pacientes com asma.
Por isso, uma equipe de pesquisadores do grupo de Pneumologia do Instituto de Pesquisa Vall d’Hebron (VHIR), descobriu que a asma não parece estar relacionada a uma pior evolução do coronavírus.
A hipótese de trabalho foi baseada nos primeiros estudos publicados na China, Coréia e Nova York sobre a relação entre SARS-CoV-2 e pacientes com asma brônquica nos quais a asma não foi identificada como fator de risco para o desenvolvimento de Covid -19 sério.
O estudo realizou uma análise transversal de todos os 2.226 pacientes em Vall d’Hebron com infecção por SARS-CoV-2 confirmada por PCR, e dos 71 pacientes com asma, foram coletados dados sobre o fenótipo, gravidade e tratamento que estavam seguindo para asma.
Nos pacientes com fenótipo sem ser o T2, foi observada maior gravidade de Covid-19, mas, no geral, a evolução com o tratamento padrão foi boa em 67 (94%) pacientes, enquanto quatro morreram.
Embora o presente estudo tenha ainda limitações, os resultados sugerem que a asma pode ser um fator de proteção contra a infecção por SARS-CoV-2, especialmente em pacientes asmáticos com o fenótipo T2, e se reproduzida em estudos com uma um número maior de pacientes pode abrir uma nova via de investigação no combate à pandemia.