A partir deste final de semana, a Espanha pretende receber as vacinas AstraZeneca que, segundo fontes de saúde, serão reservadas para a população jovem, como muitos países europeus já decidiram. Assim, o Governo alinha-se com a Alemanha, Itália, Suécia, Holanda, Polônia, Áustria e França, que decidiram não administrar estes soros a maiores de 65 anos.
Por enquanto, as primeiras remessas da AstraZeneca foram injetadas para profissionais de saúde que não são da linha de frente e, portanto, não estão incluídos na primeira fase, conforme informou o Ministério da Saúde. No entanto, a Comissão de Saúde Pública continuará a discutir o uso do AstraZeneca em grupos de idade hoje, mas é certamente uma decisão difícil. Eliminar da equação os soros deste laboratório para uma faixa etária que representa 20% da população altera o calendário de imunização, pelo que a Comissão terá de rever os grupos de vacinação propostos no plano inicial.
Segundo o diretor do Centro de Alertas e Emergências de Saúde, Fernando Simón, a reserva de AstraZeneca para menores de 65 anos não alteraria o plano de vacinação. Com o planejamento da Pfizer e Moderna bem feito, existe capacidade de priorizar os idosos e cumprir a meta de atingir 80% das pessoas com mais de 80 anos vacinadas até abril.
O problema é que existem grupos vulneráveis que precisam saber, pelo menos, quando vão ser imunizados para que não interfira em seus tratamentos como os pacientes com câncer. A Associação Espanhola Contra o Câncer (AECC) alertou que esses pacientes têm um risco muito alto e, por isso, deveriam ter prioridade ou pelo menos ter uma data marcada.
Enquanto isso, a realidade é diferente nas regiões da Espanha, por exemplo, Andaluzia, Aragon e Castilla la-Mancha não têm soros reservados, enquanto o País Vasco continua a não confiar e guarda alguns frascos para garantir uma segunda dose a pessoas já vacinadas caso não cheguem novos carregamentos.